jac gerage.

jac

Já pensou como é carregar 10kg de livros nas costas, durante quatorze dias? Já pensou quão cansativo pode ser subir ruas e ruas sob o sol quente para entregar convites nas casas? Já pensou quão gratificante é levar a mensagem de Deus a outros, que não poderiam conhecê-la se não fosse por você? Jacqueline Mary Gerage, piracicabana e estudante da USP, sabe muito bem as respostas dessas perguntas, pois foi voluntária no Impacto Campinas e ajudou na distribuição do “Sinais de Esperança” por Campinas. Ao /fiqueplugado (/FP), ela contou seu bonito testemunho, confira abaixo.

/FP ~ como era a rotina de voluntária?
O trabalho em si, de levar os livros, ir ao setor destinado e fazer as entregas, era um tanto quanto cansativo. Andávamos bastante e com muito peso na mochila – de 60 a 80 livros. Fizemos o cálculo do peso e nós carregávamos diariamente a média de 10 kg de livros por saída, o que é bastante coisa, todos os dias. Tirando o cansaço físico, era muito gratificante trabalhar para Deus.

/FP ~ como foi a aceitação das pessoas?
A minoria foi mal educada. Muitos nos paravam na rua e pediam o livro por ter visto a propaganda – no treinamento fomos orientados a não dar, porém sempre a gente entregava e dizia “se forem na sua casa entregar, diga que você já recebeu!”. Era muito bom sentir o Espírito Santo guiando o trabalho.

/FP ~ você só visitou famílias?
Não. Uma tarde, enquanto fazia uma parte de um quarteirão sozinha, deveria abordar um escritório de contabilidade através de interfone. Os interfones eram um inconveniente, porque normalmente a pessoa não lhe vê, então acham mais fácil ignorar, logo eu não gostava! Enfim, mesmo sem a menor vontade eu toquei. Ao atenderem, expliquei sobre o projeto e ofereci o livro, ela disse que iria abrir o portão – que era elétrico e estava com problemas. Após várias tentativas, consegui entrar. O escritório tinha vários computadores, pessoas e uma agitação tremenda. Entrei, olhe, mas ninguém falou comigo. Num momento, uma moça, com olhar desconfiado, me atendeu e pude lhe explicar o projeto e entregar o livro. Ela ficou muito feliz e agradecida.

jac2

/FP ~ você acha que haverá resultados?
Não sei quais os resultados, pois a maioria deles será a médio e até a longo prazo. O legal é saber que para muitos fomos a oportunidade única de ter contato com Deus, Sua verdade e esperança. Faz muito bem saber que eu fiz parte disso!

/FP ~ vocês pensaram em desistir alguma vez?
Certa vez chegamos a um setor com parte de condomínio fechado, aos quais não tínhamos acesso. Pelo mapa, que continha alguns erros, haveria casas acessíveis após o condomínio, por isso fomos a seu encontro. Após andar por volta de 1km, com 80 livros na mochila, percebemos que não havia nada. Ali por perto, havia um grupo de homens podando a grama que ficou nos encarando, por isso ficamos com medo e andamos um pouco mais. Daí, já exaustas, sentamos no acostamento e cogitamos desistir.

/FP ~ e desistiram?
Ainda bem que não! Ao invés disso, voltamos ao ponto de partida e decidimos entregar os livros por ali, mas um outro grupo já havia feito o trabalho. A gente continuava andando com o peso nas costas! Decidimos ir embora e, para isso, perguntamos onde havia ponto de ônibus e nos indicaram um a dois quarteirões. Começamos nos arrastar para lá, mas nesse meio tempo perdemos o horário e ônibus foi embora. Já passava das 11h da manhã. Uma das meninas deu a idéia de subirmos mais algumas ruas até outra região de nosso setor, para tentar entregar pelo menos alguns livros. Aceitamos a proposta, pois senão precisaríamos voltar no outro dia ao mesmo lugar com o mesmo peso nas costas! Chegamos por fim a um bairro muito diferente daquela região de casas nobres: casas em morros, apertadinhas umas ao lado das outras, formando becos. Algumas acabadas, outras apenas de tijolos. Ruas sem asfalto, muitas crianças, parecia um outro mundo!

algumas voluntárias

/FP ~ como foi entregar num bairro pouco abastado?
Chegamos ao bairro e ficamos muito animadas com a grande recepção! Foi só começar as entregas e logo as pessoas vieram nos pedir o livro, porque um ia chamar o outro; porque, ao bater palma, saía gente de umas 3 ou 4 casas ao mesmo tempo; porque as crianças na rua traziam os pais pra ir ver. Rapidamente entregamos todos os livros que estavam conosco, e no outro dia ainda voltamos para entregar mais!

/FP ~ vocês se preparavam espiritualmente?
Claro! Havia grande comunhão com Deus, diariamente. Não, que não faça isso em casa, mas lá acordávamos e tínhamos um culto matinal antes do trabalho. Durante a entrega íamos conversando com Deus, sentindo-O guiar-nos. Ao final do dia, outro culto em casa, antes de dormir. Na segunda semana, fomos todas as noites no festival com o Pr. Luís Gonçalves. Havia, claro, um momento do dia em que todos iam estudar a lição da escola sabatina, fazer ano bíblico e ler o livro “Sinais de Esperança” (claro!). Foi uma experiência totalmente espiritual – sem interferência do mundo externo. Foram dias exclusivos para Deus!

/FP ~ a comunhão lhe ajudou a crescer na fé?
Eu passei a enxergar a grandeza de Deus e como eu sei muito pouco sobre Ele, mesmo freqüentando a igreja minha vida toda, conhecendo as histórias bíblicas e tudo mais. Fiquei com vontade de querer estudar mais e saber muito mais sobre Deus: e esse sentimento é maravilhoso!

quarto da casa missionária

/FP ~ como foi o convívio na casa?
Passamos duas semanas morando na mesma casa com pessoas diferentes, que nunca tínhamos visto antes, mas foi muito legal fazer novas amizades: a unidade entre os que professam a mesma fé é instantânea. Tivemos, porém, que aprender a lidar com as diferenças pessoais mesmo – e, com certeza, pude aprender grandes lições sobre convivência.

/FP ~ qual seu conselho sobre trabalho missionário?
Jesus está querendo voltar, está ansioso por isso! Ele quer muito nos ver e tem saudades de nós, mas ainda aguarda que todos estejam preparados – Ele não quer que ninguém fique para trás. Cabe a nós espalhar essa maravilhosa mensagem a todos ao nosso redor! É muito bom sentir Deus lhe usando para o serviço dEle: é uma alegria imensa! Não perca mais tempo!

grupo de voluntários

parte do grupo de missionários.